A ADRITEM associou-se ao II Fórum Portugal contra a Violência
Qual o papel da Comunicação Social no combate à violência e na proteção das vítimas? Os meios de comunicação social dão visibilidade a esta problemática, às respostas sociais, mas também às vítimas. Em que medida as vítimas e a sua imagem são protegidas?
Estas foram algumas das questões debatidas no II Fórum Portugal contra a Violência | Combate à violência contra as mulheres e a violência de género, promovido pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, no passado dia 25 de novembro, no salão nobre da Câmara Municipal de Matosinhos.
O evento contou no seu programa com a presença de profissionais da área da comunicação e especialistas nas áreas da psicologia e social, e teve como objetivo analisar a importância da comunicação social no reporte dos casos de violência contra as mulheres e a forma como a sua informação é relatada.
“O papel dos órgãos de comunicação social na prevenção e combate à violência doméstica”
Alexandra Figueiredo, da Entidade Reguladora da Comunicação Social, e Sofia Neves, da Universidade da Maia e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género, estiveram no arranque do segundo dia, num painel moderado por Sofia Branco, Jornalista da Lusa. A importância de combater a violência contra as mulheres foi considerada pelas duas convidadas como um dever de toda a sociedade. Uma das soluções está na prevenção, através da formação das novas gerações: a abordagem desta temática deve começar no ensino primário para que se evite a banalização da violência.
“Noticiar violência doméstica | Perpetuar ou prevenir”
O avanço da tecnologia potenciou a urgência da veiculação da informação, as notícias e as imagens são lançadas ao segundo, pelo que esta aceleração traz vantagens e desvantagens. Uma das desvantagens apontadas foi, no caso de erro da mensagem transmitida, o prejuízo na imagem dos envolvidos.
Cláudia Machado, Jornalista do Correio da Manhã/CMTV, e João Fernando Ramos, Diretor TVI/CNN Portugal, relevaram que o modo como se agendam e noticiam casos de violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, deve ser ética, precisa, factual e contextualizada. Neste âmbito, o jornalista deve ser mais criterioso e refletir sobre o conteúdo da notícia, reportagem ou direto que vai lançar.
“Contributos para a prevenção e combate à violência doméstica | O poder da notícia para mudar a sociedade”
Para finalizar o dia, o painel de convidados analisou a importância da capacitação de jornalistas e responsáveis das redações para que os textos, as imagens e reportagens jornalísticas tenham um impacto positivo em termos factuais. Os jornalistas presentes, Filipe Pinto, da RTP, e Simão Freitas, da Lusa, deram exemplos de alguns dos seus trabalhos realizados.
Durante os dias de evento, foi consensual que a mudança de cultura no sentido de tolerância zero à violência doméstica é uma urgência na nossa sociedade, o jornalismo deve ser visto como um “guia” e o meio que protege a vítima, e os meios de comunicação social devem posicionar-se em uníssono para que seja apenas ouvida a voz da justiça e da liberdade.