ADRITEM inicia reflexão da Estratégia para o Desenvolvimento Regional de Terras de Santa Maria 2030
Na passada quinta-feira, dia 11 de fevereiro, em formato online, a ADRITEM organizou o #1 Fórum para reflexão da “Estratégia de Desenvolvimento Regional de Terras de Santa Maria 2030”, sob o Tema “Inovação & Desenvolvimento Sustentável”. Esta iniciativa contou com 95 participantes e 58 organizações.
A sessão de abertura contou com a presença do Dr. Emídio Sousa, Presidente da ADRITEM, que fez uma breve caracterização das Terras de Santa Maria, destacando a forte componente industrial, e o perfil empreendedor e dinâmico das pessoas do território. Dr. Emídio Sousa relatou a importância da reestruturação de respostas em áreas como a saúde e a educação, e a modernização dos edifícios, nomeadamente, os edifícios públicos.
De seguida, os oradores e moderadores dos grupos de trabalho apresentaram as temáticas de “Desenvolvimento Regional”, “Inclusão Social e Emprego” e “Economia e Competitividade”.
No que respeita ao eixo 1 – Desenvolvimento Regional, o Professor Doutor António Cunha, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), iniciou a sua intervenção com uma análise das 3 transições globais: digital, ambiental e a energético-climática, e relevou a necessidade de investimento “numa nova indústria e numa reindustrialização”, sendo este um “processo transformativo, que exige destruição e criação de tecido económico”.
O Presidente da CCDR-Norte retratou e descreveu, ainda, o aprofundamento dos eixos e objetivos estratégicos da Região Norte. A visão Norte 20-30 é, segundo o orador, “baseada na afirmação internacional e focada na melhoria do bem estar material e imaterial da população.”
Para finalizar, caracterizou as Terras de Santa Maria como “uma área muito industrial, com indústrias de referência e com uma certa desordenação entre as malhas de produção industrial”.
De seguida, Dr. Filipe Almeida, Presidente da Portugal Inovação Social, apresentou o eixo 2: “Inclusão Social e Emprego”. Na sua intervenção promoveu uma reflexão sobre o conceito de inclusão social e trouxe a debate o isolamento social, uma problemática comum junto dos mais idosos. Segundo dados estatísticos, em 2019, em Portugal, por cada 100 jovens com menos de 15 anos, existiam 160 idosos com mais de 65 anos, sendo o país da Europa com a maior percentagem de idosos a viver sozinhos.
Para combater esta problemática foram apontadas soluções como “o desenvolvimento de soluções de monitorização e acompanhamento das pessoas idosas isoladas”, a “capacitação digital e para os media”, “soluções de cuidados preventivos de saúde física e mental”, entre outros pontos.
Para as gerações mais jovens, o orador referiu que as desigualdades sociais são mais visíveis nos dias de hoje, traduzindo-se numa “crescente dificuldade no acesso à tecnologia e inexistente capacitação digital”. Neste contexto indicou como soluções a “sinalização do risco de abandono escolar precoce” e a “gamaficação do ensino”.
Em Portugal, ao nível da empregabilidade, há uma “premência” na requalificação dos empregadores e dos trabalhadores, pelo que, em termos estatísticos, a percentagem de empregadores sem habilitações ao nível do ensino secundário/superior é de 47,4%, sendo a percentagem mais alta da Europa (16,3%).
Como soluções para as problemáticas identificadas, a aposta explicitada passa pelo empreendedorismo feminino, soluções de coaching e incentivo aos negócios sociais. Para a “nossa” região, o Dr. Filipe Almeida frisou a necessidade de promover novos mecanismos de atração para evitar a “fuga” da população e a captação de novos residentes.
A temática da “Economia e Competitividade” foi o último eixo apresentado pelo Dr. Luís Miguel Ribeiro, Presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP). A sua apresentação foi direcionada para a aposta na “nossa indústria” e na “valorização da produção nacional”. Neste âmbito, refere que “o Norte continua a ser a região que mais contribui para colmatar o desequilíbrio na balança comercia do país”.
Para a “reconquista do mercado internacional e para o aumento da exportação das microempresas”, o orador apontou como solução o estabelecimento de sinergias com os portugueses espalhados pelo mundo.
De acordo com o Presidente da Associação Empresarial de Portugal, para acompanhar o ritmo internacional, o setor industrial português deve investir nas áreas da tecnologia, inovação e digitalização. A fase atual, derivada da COVID-19, exige que “as empresas sejam o foco para uma recuperação célere da economia” e com menos impacto na vida de todos.
Após a sessão plenária 1, o evento decorreu em três mesas redondas – salas simultâneas – nas quais foram debatidas, em grupo, as três temáticas acima mencionadas. Estas mesas foram orientadas pelos 3 oradores, a saber: na mesa do Desenvolvimento Regional – Professor Doutor António Cunha; na mesa da Inclusão Social e Emprego – Dr. Filipe Almeida; na mesa da “Economia e Competitividade” – Dr.ª Maria de Lurdes Fonseca.
Na sessão plenária 2, foram apresentadas as principais conclusões referentes a cada temática, com a identificação dos desafios, oportunidades e recursos, agentes e intervenientes na resposta e diretrizes para o Futuro.
Após estas partilhas, a Dr.ª Cristina Azevedo caracterizou as Terras de Santa Maria 2030 com a frase: “Vocação para crescer”, apontou as conclusões finais, alinhadas com as fragilidades e objetivos do território e focadas em 3 eixos estratégicos.
Desta forma, os objetivos do território mencionados foram “mais e melhor aproveitamento dos recursos culturais e simbólicos, mais e melhor aproveitamento dos recursos naturais, mais pessoas, mais empresas, mais emprego e mais exportações”.
As fragilidades detetadas foram a “mão de obra pouco qualificada, população envelhecida, escassez de terreno industrial e baixo nível de serviços prestados às empresas e baixa atividade do território”.
Os eixos estratégicos identificados foram o “crescimento sustentável, crescimento inteligente e o crescimento inclusivo”.
Por último, a Eng.ª Teresa Pouzada reiterou o agradecimento pela presença e contributos de todos para a construção da estratégia das Terras de Santa Maria. A iniciativa foi para a Diretora Executiva da ADRITEM uma “inspiração para outros momentos de reflexão”, reforçando o valor dos resultados/conclusões do evento para o futuro do território.